segunda-feira, 22 de julho de 2019

A PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

 

C.E.P.E.S.F

 

CEPESF2CM2019@GMAIL.COM 

 

 

Docentes: Wagner Aragão Teles, Yuri Oliveira. 




Discentes

  Bruno Henrique de São Pedro

Gabriel Oliveira

Mariane Santos Barbosa

Thaylana Caroline Fonseca Barreto

Vanessa Santos de Oliveira

Weslei da Silva dos Santos







DIAS D'AVILA
2019
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RESUMO


     A primeira revolução industrial teve início no final do século XVIII, em consequência dos avanços da ciência, propiciando assim o desenvolvimento tecnológico. O pioneirismo Inglês se deu por fatores como: o acúmulo de capital, grande quantidade de mão de obra, posição geográfica e a posse de reservas de matérias-primas, ou seja, as minas de carvão (que era a grande fonte de energia) as máquinas a vapor e a presença de minério de ferro (pois era a principal matéria prima das indústrias). Precedentemente o trabalho era desenvolvido de maneira artesanal e manual e posteriormente da revolução passou a ser feito por maquinas à vapor, antes a economia que era voltada principalmente para a agricultura passou a ser voltada para a indústria, principalmente a têxtil. A burguesia industrial, ávida por maiores lucros, menores custos e produção acelerada, buscou alternativas para melhorar sua produção de mercadorias.


Palavras Chaves: Primeira Revolução Industrial, Capitalismo, Revolução Burguesa, Máquina Vapor.

1. INTRODUÇÃO 



O tema abordado em análise tem como objetivo ampliar os meios com qual podemos compreender a Revolução Industrial, um processo evolutivo árduo com estabilidade financeira e política favorecendo o pioneirismo inglês. No contexto do processo evolutivo, a Revolução Industrial no período do século XVIII na Inglaterra, se é possível mencionar suas profundas transformações econômicas e sociais caracterizadas pela passagem do capitalismo comercial para o capitalismo industrial, que em sua primeira fase temos o artesanato como principal meio de processo produtivo. Já a segunda, os artesãos que trabalhavam sob a direção de um dono, com produção em série porém com contínua utilização do trabalho manual, e por fim a terceira e última fase é a produção mecanizada onde surgiram máquinas que substituíram ferramentas e trabalhadores, ainda sim com trabalhadores submetidos ao ritmo das máquinas. Todo este processo ampliou o rendimento do trabalho e aumento da produção global, ou seja, maiores lucros, menos custos e produção cada vez mais acelerada.

 

2. ANTERIOR À REVOLUÇÃO 

 

     No século XV, a Inglaterra vivia sob o regime do sistema feudal, uma economia que apenas visava a subsistência da população. Utilizavam-se da agricultura com o cultivo de gado e ovelha para a produção de lã proveniente da força de trabalho dos camponeses, e de pequenos artesanatos que era realizado inicialmente em um sistema familiar, o artesão. A Revolução Industrial foi desenvolvimento na técnica de produzir na Inglaterra no século XVIII, trazendo uma nova divisão social no trabalho. As bases da Revolução Industrial estão na passagem das corporações de ofício da Idade Média para a produção em manufaturas. Na corporação de ofício era um modo de produção artesanal onde o artesão era dono do seu próprio tempo, das ferramentas de trabalho e da matéria prima, o artesão realizava todas as etapas da produção. A produtividade dependia do ritmo e da habilidade do artesão. Por isso, o artesanato não era suficiente para atender a demanda. No século XV, no intuito de aumentar os lucros desenvolveu-se o sistema doméstico, a burguesia que passou a possuir o monopólio do comercio passou reunir vários trabalhadores em um único local e fornecer-lhes matéria-prima para que produzissem determinada mercadoria. Todavia essa técnica de produção não se diferenciava das corporações de ofício, pois a tecnologia era a mesma. Foi apenas no século XVII que surgiram inovações tecnológicas.


3. FATORES QUE CONTRIBUÍRAM COM O PIONEIRISMO NA INGLATERRA

 

      O pioneirismo da Inglaterra no processo conhecido como Revolução Industrial originou-se a partir de uma junção de fatores. O acúmulo de capital foi um dos fatores que contribuíram para início da Revolução Industrial, por meio da Revolução Gloriosa, os interesses da burguesia foram atendidos, permitindo-lhe acumular capital através do comércio, tráfico de escravos, financiamento em ataques piratas e com a exploração das colônias onde acumulavam metais. Dessa forma a burguesia passou a investir em criações de máquinas. Essa acumulação de capital foi extremamente importante, pois foi a partir dela que a burguesia pôde investir em pesquisas para desenvolver a criação das máquinas e, assim, aperfeiçoar o processo de produção e financiar a construção das indústrias têxteis. Outra medida desse período que contribuiu para que as condições ideais de industrialização surgissem foram as Leis dos Cercamentos. Essas leis consistiam na transformação das terras comuns, ocupadas pelos camponeses em condições de trabalho existentes desde o período da Idade Média, em pastos para ovelhas, o que marcou o fim das relações de trabalho feudal na Inglaterra.



     [...] Até meados do século XVIII, vigoraram na Inglaterra leis proibindo que as terras comuns fossem fechados com cercas e ocupadas por particulares, apesar das várias tentativas nesse sentido feitas pela aristocracia rural ao longo dos anos. Em 1760, porém, o parlamento britânico aprovou a chamada “Leis de Cercamento” (Enclousure Act), que oficializou tal prática e a difundiu por todo o país.

MOLITERNO, Sérgio (Ed). História das civilizações. São Paulo: Abril Cultural, 1973. P. 144.

As leis dos Cercamentos fizeram com que uma grande massa de camponeses fosse expulsa de suas terras, o que acabou gerando um grande êxodo, o que foi essencial para o desenvolvimento das indústrias. Outro fator a riqueza em recursos naturais que a Inglaterra possuía, como por exemplo carvão e ferro, o ferro foi essencial para a criação das máquinas e o carvão foi uma importante fonte de energia para manter o funcionamento das máquinas.



4. O DESENVOLVIMENTO DAS MÁQUINAS 

 

     O acúmulo de capitais e a riqueza em minérios de ferro e carvão foi teve uma grande importância para criação das máquinas. A primeira criação foi a spinning jenny criada por Jemes Hargreaves, ela foi uma adaptação da roda de fiar que produzia apenas um fio por vez, nessa adaptação a máquina produzia 80 fios simultaneamente, mas ela ainda era movida manualmente. Todavia, a qualidade dos fios produzidos pela spinning jenny era irregular, o que comprometia o resultado final.
(Gravura retratando uma tecelã operando uma "spinning jenny", uma das máquinas criadas durante a Revolução Industrial ainda no século XVIII.)

Com o tempo passou a ser movida pela força da água que produzia fios mais grossos e resistentes. Outra inovação tecnológica foi o “Motor Newcomen” criado por Thomas Newcomen . O motor foi o primeiro tipo a vapor a ser amplamente usado. Em 1769, James Watt, aperfeiçoou a máquina de Newcomen, inventou um motor a vapor com menores problemas de perda de energia em relação ao motor de Newcomen, que gastava muito tempo por ter o aquecimento tanto do vapor quanto do combustível em um mesmo cilindro. A invenção de Watt permitiu também o desenvolvimento da siderurgia e da metalurgia. Todos esses avanços tecnológicos fizeram a antiga manufatura ser trocada pela maquinofatura.

5. TRANSFORMAÇÕES NO SISTEMA INGLÊS COM A CHEGADA DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

 

     A revolução industrial provocou uma transformação no sistema inglês, uma delas é a concentração populacional nos meios urbanos, pois os camponeses expulsos de sua terra foram obrigados a procurar trabalho nas cidades onde a única mão de obra existente era das indústrias.  Dessa forma, em curto espaço de tempo, um amplo conjunto de trabalhadores foi recebido pelas indústrias instaladas nos centros urbanos. Chamados de operários, esses trabalhadores eram figuras típicas de um novo cenário urbano em formação.  As máquinas eram os novos meios de produção da riqueza econômica e o seu alto valor fazia com que apenas as classes economicamente abastadas tivessem condições de adquiri-las. Dessa forma, pontuamos que a revolução industrial separou os trabalhadores dos meios de produção. A baixa remuneração para o trabalho repetitivo das fábricas obrigava que famílias inteiras integrassem o ambiente fabril. Por um salário ainda menor, mulheres e crianças eram submetidas às mesmas tarefas dos homens adultos.

     [...] O trabalho infantil, que justamente com o das mulheres, representava uma mão de obra superexploração, que realizava o mesmo trabalho, porém recebendo salários menores. [...] Os industriais justificavam o uso do trabalho infantil como uma forma de proporcionar a crianças pobres e abandonadas seu próprio sustento, livrando-as da mendicância. Contudo, era muito comum que os aprendizes – crianças ou jovens, muitas vezes órfãos, que começavam a trabalhar nas fábricas por um salário muito pequeno para aprender sua função – fossem tratadas de forma desumana. Seu trabalho era cansativo, repetitivo e praticamente igual aos dos adultos. [...]
   Nessas condições, com poucas horas de sono e mal alimentadas, recebendo apenas uma ífima parte do salário de um adulto, muitas crianças adormeciam sobre as máquinas, correndo o risco de ficar seriamente feridas [...], e seus erros eram sempre punidos severamente.


    DECCA, Edgar de: MENEGUELLO, Cristina. Fábricas e homens: a Revolução Industrial e o cotidiano dos trabalhadores. São Paulo: Atual, 1999. P. 40-1. (História geral em documentos).



     Além de dispor de uma condição de trabalho precário, residiam em cortiços onde ficavam a mercê da poluição próximo das fábricas e da falta de saneamento básico onde era um ambiente propício para a manifestação de  doenças contagiosas. Enquanto a burguesia (detentora dos meios de produção) reside em mansões, em bairros distantes das fábricas. 


6.  EXPANSÃO DAS INDÚSTRIAS NA EUROPA E NO MUNDO

 

     Até 1850, a Inglaterra continuou dominando o primeiro lugar entre os países industrializados. Embora outros países já utilizassem as fábricas e equipamentos modernos, esses eram considerados uma "miniatura de Inglaterra", como por exemplo os vales de Ruhr e Wupper na Alemanha, que eram bem desenvolvidos, porém não possuíam a tecnologia das fábricas inglesas. Na Europa, os maiores centros de desenvolvimento industrial, na época, eram as regiões mineradoras de carvão; lugares como o norte da França, nos vales do Rio Sambre e Meuse, na Alemanha, no vale de Ruhr, e também em algumas regiões da Bélgica. A Alemanha nessa época ainda não havia sido unificada. Eram 39 pequenos reinos e dentre esses a Prússia, que liderava a Revolução Industrial. A Alemanha se unificou em 1871, quando a Prússia venceu a Guerra Franco-Prussiana. Após 1830, a produção industrial se descentralizou da Inglaterra e se expandiu rapidamente pelo mundo, principalmente para o noroeste europeu, e para o leste dos Estados Unidos da América. Porém, cada país se desenvolveu em um ritmo diferente baseado nas condições econômicas, sociais e culturais de cada lugar.


7. PONTOS NEGATIVOS DA PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 

 

     Não podemos contestar que a Revolução Industrial trouxe vários benefícios a sociedade, de modo as consequências foi o aumento enorme de busca pelo trabalho, dando margem ao êxodo rural (migração de pessoa do campo para cidades) motivado pela criação de empregos nas indústrias, situação preocupante, pois as cidades não tinham onde acolher uma quantidade de pessoas expressivas e assim muitos trabalhadores optavam por mudar para lugares precários e de difícil acesso, contribuindo para uma péssima qualidade de vida localizada em áreas suburbanas, cheias defeitos em relação ao bem-estar dos moradores, que não tinham saneamento básico, convivendo com esgoto ao céu aberto. Inclusive o aumento da poluição do ar com a queima do carvão mineral para gerar energia para as máquinas. e consequentemente a maior concentração de renda nas mãos dos donos das indústrias, que no decorrer do tempo desenvolveu novas máquinas e tecnologias voltadas para a produção de bens de consumo.



8. PONTOS POSITIVOS DA PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL



    Maior produtividade, com o tempo de produção menor do que em comparação ao sistema artesanal, a inserção da padronização da produção, ocasionando uma melhor qualidade dos produtos, a produção em larga escala barateando o produto, e deu inicio do que depois se tornaria uma guerra empresarial (onde o cliente seria o maior beneficiado), tendo ofertas e uma qualidade melhor do mesmo produto no mercado, e a geração de empregos no meio urbano.


CONCLUSÃO


     A Primeira Revolução Industrial, foi marcada por consequências, e também pelas suas proezas, desde da exploração do trabalho até a mudança abrupta no modo de produção mundial, seus avanços tecnológicos seguem em constantes permutações até hoje, e impactaram a todos sendo de forma positiva ou negativa, é importante salientar , que assim como um remédio tem seus efeitos colaterais , com a Primeira Revolução Industrial não foi diferente, tudo que a nação conquistou ao longo do tempo, por meio de lutas, assim podendo reduzir a crueldade "Original" desse processo, todas essas transformações apenas enfatizam a força que o capital incide sobre o mundo e em contrapartida, ressalta a importância do proletário nesse desenvolvimento, tendo as máquinas como o principal pivô desta relação entre donos de empresas e trabalhadores.



REFERÊNCIAS 

 

BRAULIO, Cleber. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL. 2019. Disponível. Acesso em: 23 de Agosto, 2019.

SOUZA, Rainer. FORMAÇÃO DA CLASSE OPERÁRIA. 2015. Disponível. Acesso em: 23 de Agosto, 2019.

AZEVEDO, Gislane. HISTÓRIA EM MOVIMENTO. 2 ed. : Ática. 113 p.

BEZERRA, Juliana. REVOLUÇÃO GLORIOSA. Disponível. Acesso em: 23 de Agosto, 2019. 

FIORENTI, Marli. ARTESANATO, MANUFATURA E MAQUINOFATURA, 2016. Disponível. Acesso: 23 de Agosto, 2019.

 


 


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